Parnarama comemorou dia 10 de abril seus 62 anos de existência. Queria eu poder dizer com alegria "Feliz aniverário, Parnarama", no entanto ontem (11), em Sessão Solene na Câmara de Vereadores,simplesmente me calei. Perguntaram, depois, porque não me pronunciei como faço de costume. Respondi "Estou de luto". O motivo, antecipo a vocês, leitores: Tristeza profunda! Sim, tristeza em ver esta cidade que foi cuidadosamente planejada e construída para ser grande, ser orgulho da região dos cocais, hoje se encontrar tão maltratada e seu povo tão sofrido, sem perspectiva de um futuro melhor. Olhando as pessoas nas ruas vejo descontentamento e medo. Sim, medo de dizer e manifestar sua insatisfação. Medo de dizer chega, basta. Ao mesmo tempo vejo uma população desprotegida, sem saber a quem recorrer. Justiça Pública? É muito morosa - tem que provar por escrito... - caiu em descrédito. Medo não tenho, faço o que me compete como vereadora - reivindico, denuncio. Confesso que muitas vezes me sinto só neste embate. Tenho ojeriza quando ouço na Tribuna da Câmara, alguns colegas vereadores tentando explicar os maus feitos do governo municipal, manifestando aprovação... Outros se calam... Enfim, assim caminha Parnarama. Para onde mesmo?
Escreveu nosso saudoso Lauro Barbosa - fundador da cidade - em sua poesia " Inauguração de Parnarama"
" Esta parnarama que aí está,
Para orgulho da prosperidade,
Foi posta como num altar
No arrojo de minha mocidade"
É uma pena, que depois de tantos anos, "esta Parnarama que aqui está" só tenha orgulho do passado , pois do presente, infelizmente, não tem o que comemorar.
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